"Não tenho ambições nem desejos, ser poeta não é uma ambição minha. É minha maneira de estar sozinho". Fernando Pessoa

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É Proibido Proibir


A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...

E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...

Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...

Cai no areal na hora adversa que Deus concede aos seus
para o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhos
que são Deus.
Que importa o areal, a morte, a desventura, se com Deus
me guardei
É o que me sonhei, que eterno dura e esse que regressarei.

E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...

Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças
Livros, sim...

E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
(Caetano Veloso)

domingo, 21 de junho de 2009

Beijo


Beijo

Tua boca na minha encontro de sabores
Vontade de continuar sem parar
Inicio de tudo
Começo e fim
Se pêga de jeito com encaixe perfeito
Se pêga de fora com gosto esquisito logo me esquivo
Treme a terra
Gosto de amora
Libera o tesão
Afina o toque
Eleva os sentidos
Acaricia a alma
E faz querer repeteco
Beijo bom é beijo de boca boa
Boca macia
Saborosa
Carnuda
Molhada
Beijo tem que ter sabor de desejo com gostinho de quero mais...
(Kellys Kelfis)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Para uma menina, com um sorriso



Eu queria lhe dizer tanta coisa,
Mas uma simples inspiração
Não é o suficiente.
Eu queria lhe dizer
Que o céu está mais azul,
A vida mais clara
(apesar de estar cara).
Que o sol brilha mais forte,
Que tanto faz no sul, como no norte.
Que o tempo é bom,
A temperatura estável.
Que o barco navega
Em águas claras.
Eu queria lhe dizer
Que tudo é sorriso.
Que é primavera,
Mesmo sendo inverno.
Eu queria lhe dizer
(Mesmo que você não acredite)
Que lhe amo!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Incurável Saudade


Um instante de silêncio
Uma incurável saudade...
No silêncio adormeço
Nos meus sonhos viajo...
Busco esquecer os sons
Que perturbam meus ouvidos.
Sua voz não se cala
Murmura ao meu coração
Que me ama,
Que não quer que nosso amor adormeça
Junto dos meus pensamentos...
O toque da sua pele
Está nas pontas dos meus dedos,
Seu carinho está em meu corpo,
Seu perfume não sai do ar que respiro,
Seu olhar não desaparece
Em meio de tantos outros olhares...
Eu te amo em silêncio
Eu te quero em segredo,
Sinto saudade sem culpa.
Eu te busco
Sem saber aonde te encontrar.
Sonho com você
Chegando de repente
Me tomando em seus braços
E dizendo que não vai mais partir,
Que essa saudade vai se curar
Simplesmente porque juntos
Iremos Nos Amar...


Autor desconhecido

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Chega de saudade


Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calada assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...
Vinicius de Moraes

terça-feira, 5 de maio de 2009

Aos "amigos" engravatados.


MEU AMIGO PEDRO

Muitas vezes Pedro você fala
Sempre a se queixar da solidão
quem te fez com ferro fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro, as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro onde você vai eu também vou
Pedro onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria e a guerra é dura
Mas, se não puder cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura

Lembro Pedro aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta
E você me chama vagabundo
Pedro onde você vai eu também vou
Pedro onde você vai eu também vou
Mas, tudo acaba onde co..me..çou

Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou a
perdição


Há tantos caminhos, tantas portas
Mas, somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer
Mas, não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro onde você vai eu também vou
Pedro onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde co..me..çou
(Raul Seixas)

Estrela cadente


Vi a estrela
E revivi a vida
E fiz da morte
Um momento em vida.
Acabei o tempo
Num longo espaço
E cansei da luta
Sem sentir cansaço.

Fiz do canto
Um cantar em paz
E parei no pranto
Sem mudar de tom
Terminei na rua
Continuando em pé
Fiz da estrela, lua
Da descrença, fé.

Eu fui a vida
E morri sem dor,
Voltei o tempo
Sem sentir amor.
Fiz da vida, morte
Fiz do ar, meu lar
E da estrela fiz
Meu viver em paz.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Espelho


O espelho lúgubre
Reflete meu rosto pálido,
Disforme.
E aquela outra face,
Reflete a agonia extrema
Da falta de você.

sábado, 25 de abril de 2009

E de repente, a manhã (A Thiago de Melo)


E de repente se fez manhã,
O sol caindo sobre todos,
Homens, crianças, mulheres.
E foi só um grito de paz,
De liberdade.
Um grito do fundo d'alma
Anunciando a manhã.
O ontem ficou morto
Enterrado sob o asco dos homens,
Apagado das memórias.
Hoje o sol brilha mais forte
E todos de mãos dadas
Cantam uma canção de amor.

Visões paranormais


Nas visões múltiplas
De um anacronismo crônico
Sinto uma indisposição
Alérgica.

E nas variações transcendentais
Da mente,
Apego-me a uma disposição
Nostálgica.

Aí, tomo um sonrisal
E arroto batida de limão.

Para uma menina, com um sorriso


Eu queria dizer tanta coisa,
Mas uma simples inspiração
Não é o suficiente.
Eu queria lhe dizer
Que o céu está mais azul,
A vida mais clara
(Apesar de estar cara),
Que o sol brilha mais forte,
Que tanto faz no sul, como no norte.
Que o tempo é bom,
A temperatura estável.
Que o barco navega
Em águas claras.
Eu queria lhe dizer
Que tudo é sorriso,
Que é primavera,
Mesmo sendo inverno.
Eu queria lhe dizer
(Mesmo que você não acredite)
Que lhe amo!

Noite


A noite
Já não é a mesma.
Faltam teu cabelos castanhos
Teus olhos,
Teus lábios.
A noite é triste,
Melancolicamente triste.

A noite
Já não me acolhe
Em tua sombra,
Nem a lua me acena
Com o sorriso da paz.

A noite é triste
A noite é dor.
Falta tua presença
Dentro da noite.

Canção do derrotado


Eu, misto de poeta e vagabundo
Operário do lápis,
reflexo de mim mesmo.
Eu perdi.

Humildemente,
Por entre a fumaça
De um cigarro
Reconheço a derrota.

Não temo a morte
Que não morri,
Nem a vida
Que deixei de viver.

Temo sim
Teus olhos verdes
Que me impuseram a mais
Cruel derrota.

E por entre os escombros
De minha alma derrotada
Me entrego
Ao teu corpo,
Aos teus seios,
Aos teus olhos.

Cuidado!


A poesia "tá" aí
Mordendo,
Gritando,
Sarrando,
Jorrando,
Berrando,
Matando e
Morrendo.

Cuidado!

A poesia "tá" solta!!!!!

O tempo


Aquele sorriso sincero,
Onde está?
Aquele aperto de mão,
Onde ficou?
Hoje o sorriso morreu.
O braço ficou estendido,
Esquecido o abraço,
Entre as cinzas do passado.

A pressa não deixa lugar
Para os sentimentos.
E apressado aperto meu passo
Sem olhar para trás.

Um tempo, um dia,
O ontem jaz esquecido
Entre as muralhas do amanhã.
O hoje é passageiro,
Rápido.
O ontem se fez prisioneiro
De um tempo morto.

Para que?
Por que?
O tempo não pode esperar.
E o amanhã,
Quem sabe?

Casa de paredes brancas (jogral)


Eram brancas as paredes
As paredes da casa
Da casa de pedra
De pedra amarela
amarela era a casa
A casa assombrada
Assombrada sem sombras
As sombras da noite
Na noite de Natal
Natal acabado
Acabou em paredes
Paredes brancas da casa
Da casa de paredes brancas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Morte de um poeta


O poeta que havia em mim,
Morreu.
Morreu de tédio,
De ódio.

Hoje o que resta do poeta
É uma matéria esquelética
Sem forma,
Sem poesia.

O poeta que havia em mim,
Hoje jaz em qualquer lugar
Da América Latina.

Ficou somente o homem.
Dois braços em busca
De um motivo.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Leyenda por un guerrero


Octubre,
Ocho
Un hombre morió en la sierra
De bala, de cutillo.
Un hombre morió.
Un hombre de fibra
De fe.

Octubre,
Ocho
Un hombre morió
En las montañas de America
Foe lo precio pago
Por la bravura
Por la voluntad de lucha
Por la libertad.

Morió el hombre
Mas aún existe
El fuego de la esperanza
En los pueblos
De mi America.

(Texto escrito em 10 de outubro de 1967)


Um pouco de minhas telas.

Verdes olhos


Verde que te quero
Olhos,
Verde que te quero
Puro,
Ver-te, quero
Agora,
Sempre.
Verdes olhos
De meu perder.

Amor


Amor.
Verbo intransitivo
Que me faz
Sensitivo
De nada.

Amor
Substantivo masculino
Que pelo feminino
Me faz
Em nada.

E do nada que sou
Ao nada que me resta
Me faço amor!

Poesonho


Um dia sonhei ser poeta,
Cantei em versos
Todo o universo,
Fiz da morte, vida,
Fiz do pranto, festa,
Da menina feia,
A musa mais bela.

Um dia sonhei ser poeta,
Transformei o mundo
Em versos e rimas.
Transformei o homem
Em um ser mais dócil.
Fiz do ódio,
Um amor profundo.

Um dia sonhei ser poeta
E acordei no espanto
Escrevendo um verso.
Vi o mundo mas claro,
Não um mero objeto.

Senti o azul do céu
Mais perto.
Um dia, quem me dera
Se eu fosse um poeta:
Faria da tristeza, alegria,
Do desânimo, coragem.

E para não perder a viagem
Faria de mim, um verso qualquer.